"Comedown Machine", o novo disco dos Strokes

 Alexandre Gallego, aluno do Ensino Médio da ETEC Cidade Tiradentes, resenha para o Jornal Alfa o novo trabalho dos Strokes, Comedown Machine. Confira!


"Comedown Machine", o novo disco dos Strokes

 por Alexandre Gallego

A banda nova iorquina The Strokes vem trazendo nos seus últimos álbuns um som muito alegre, o que me remete em determinados instantes a uma coisa mais anos 80. Nos três primeiros álbuns, a banda trouxe toda aquela essência perdida do "bom e velho rock n' roll". Já nesses dois últimos, a batida eletrônica e dançante é o que domina em cada faixa. Sendo assim percebemos que a banda deixou a rebeldia do rock n' roll para se render aos encantos dançantes.

O cd Comedown Machine é uma mescla do velho com o novo Strokes. São 11 faixar das quais você se perde em um emaranhado de falsetes de Julian com uma pitada de eletrônico, o que deixa o álbum mais empolgante. a faixa "Tap Out" começa com um som de guitarra distorcido e com ruídos, o que me remete ao som da banda Nirvana, mas isso não dura muito tempo: logo a canção é dominada por um instrumental calmo com uma voz suave de Julian. A segunda canção do disco, que é o primeiro single desse trabalho, se encaixaria perfeitamente no álbum Room on Fire, pois traz uma melodia muito envolvente do indie-rock "strokesco". E o que falar de "Welcome to the Japan"? Ela é uma canção muito parecida com Machu Picchu (álbum Angles), com uma batida alegre e contagiante. E ser formos levar em consideração o aspecto dançante, não podemos deixar de mencionar a faixa "One Way Trigger", que se assemelha ao tecnobrega, uma coisa tenológica e animada. Com um teor de rebeldia 80's Comedown Machine parece mais uma canção do álbum Is This It. Como todas as músicas de meio de álbum que a banda já fez a música "50/50" não fica atras, com aquela melodia suave que te faz calar só pra ouvir. A melodia de "Slow Animals" é muito parecida com as batidas pop da década de 80, com riffs bem tranquilos. Talvez o elemento mais diferente seja "Partners love", pois começa com um falsete bem dissonante do Julian e no refrão o tom de voz decai até checar ao grave típico dele. "Chances" é uma canção com uma melodia muito parecida com a trilha sonora do jogo Sonic do Super Nintendo, com aquele som que dá um ar mais obscuro à canção. "Happy Ending" me transporta aos Tempos da Brilhantina e Os Embalos de Sábado à Noite. A RCA é uma gravadora de renome no mercado fonográfico, e a impressão que dá na última faixa "Call It Fate, Call it Karma" é que a banda decidiu fazer um revival da era de ouro da musica.

A banda vem evoluindo muito musicalmente, mostrando que não precisa de extravagâncias para ter um bom som. A sonalidade das musicas estão cada vez mais limpas, isso se dá ao baixo uso de distorção das guitarras e como a banda com o passar do tempo, adquiriu uma "vibe" mais eletrônica o áudio ficou melhor. Podemos perceber também aspectos nunca encontrados em outros álbuns como a presença constante de falsetes. Todos esses aspectos diferencias mostra que a banda deu uma transformada no seu som.

Uma coisa interessante a ressaltar nesse álbum é que a banda se rendeu à um estilo semelhante ao indie-pop, tendo como exemplo a banda Two Doors Cinema Club. Haja vista os álbuns passados, que tinham em suas essências guitarras em constates batidas e os dois últimos com uma cara mais pop, para ficar claro essa diferença basta fazermos uma comparação simples, pegando as musicas "Last Nite" (1°álbum) e a "One Way Trigger" (5°Album), feito isso percebemos que a primeira canção é bem mais semelhante ao velho rock n' roll e a segunda musica é muito semelhante à essas novas bandas.

Podemos perceber que a banda está cada vez mais comercial, o que prova isso é a adquirição de atributos jamais vistos em suas canções, o que é bom pois a aceitação do público vai sendo maior. Apesar de todas essas mudanças a banda jamais perdeu sua essência o que faz manter os fãs antigos da banda e adquirir mais já que o som se tornou muito mais caracteristico dessa garotada.