quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O trauma das artes


por Luciano Nunes

Era um jovem. Um jovem preocupado com suas atividades, procurando dar o melhor de si nas mesmas que realizava, pois priorizava um trabalho bem feito, para evitar possíveis reclamações, críticas e possíveis trollagens em função de seu trabalho.
E assim seguia. Chegando ao primeiro ano, muitas descobertas. Escola nova, pessoas novas. Agora era Ensino Médio. Agora, a responsabilidade aumentara. Nunca fora habilidoso com os exercícios e os trabalhos manuais. Fazia o possível para fazê-los com excelência, mas nem sempre dava certo. Tinha mais habilidade às letras, às ciências e à matemática. Mas enfrentava os caminhos que por ventura viesse a chegar.
Começam os conteúdos de Artes. Primeiro, foi teatro. Era inibido, mas foi bem. Não era necessário trabalho manual. Porém, temia: não duraria para sempre e logo dever-se-ia aos trabalhos manuais.
Seu medo concretizara. Começaram os exercícios realmente aplicados à Arte. Cortar, colar, pintar, desenhar etc. Nunca fora habilidoso. Dizia-se um desastre.
Realizara um primeiro trabalho. Aos seus olhos ficou bom, porém necessitava da aprovação da professora. Esta última, olhou, olhou e disse: "Refaça." Saíra desatordoado. Já não era bom, e isso o murchou. Mas acreditou na professora. Refez
Isso se repetira em seus próximos trabalhos de artes. Refizera uma, refizera duas, três, refizera até quatro vezes. Todos os trabalhos. Ria de si mesmo, por necessitar de refazer tantas vezes as atividades.
O mais impressionante foi quando precisou refazer seu trabalho ABSTRATO. Exatamente. Se não refizesse, ficaria sem nota.
Apenas não refizera uma atividade: um poema de tema livre. Foi bem nessa.
Devido a isso, traumatizara as artes. Isso foi só em seu primeiro ano do ensino médio. Guardara apenas a atividade (que refizera, por sinal), sobre Romero Brito, porque realmente gostou. Depois disso, nunca mais queria saber de artes manuais em sua vida.

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