por Aryana Frances
Tereza
era uma criança, tinha sete para oito anos, havia aprendido a ler. Antes de
aprender a ler, essa menina peralta, já questionava, já adquiria conhecimento, através
de perguntas.
Tereza
perguntava sobre tudo, todo tempo, queria descobrir o mundo, tinha ideias, era uma
menina diferente da maioria das crianças de sua idade.
Ela
não observava apenas, ela interligava seus pensamentos com os seus sentidos
para entender o mundo. A cada dia que passava Tereza fazia perguntas mais
complexas para que os adultos respondessem.
Atingindo
um limite que seu pai não conseguiu responder suas dúvidas, um dia deu-lhe um livro de uma coleção de filosofia para
crianças, Tereza gostou, então seu pai deu-lhe mais um, e mais uns, e mais
outros.
Ela
leu a metade dessa coleção, passou a compreender melhor muitas questões, ideias
subjetivas e inevitáveis, ideias que todos passaria na vida, como a morte, a injustiça, o mal, a vida,
justiça e o bem.
Uma
tarde, ela estava assistindo televisão, um de seus seriados favoritos, que
citou um dos maiores poetas da língua portuguesa, Fernando Pessoa – Alberto Caeiro
–, e a citação de uma de suas grandes obras: “Há metafísica bastante em não pensar em nada”.
Ela
iniciou sua busca por esse mundo chamado ‘metafísica’, perguntou, mas não
entendeu as explicações das pessoas. Passou a pesquisar, olhou no dicionário,
buscou em alguns livros e viu que era algo além do físico, além da natureza
visível.
Depois
que encontrou o significado, entendeu porque há metafísica bastante em não
pensar em nada, pois tudo o que ela precisava, ela tinha ao seu redor, com os
seus sentidos, visão, audição, logo, tinha tudo para pensar, sem precisar ir à outra
dimensão, já que compreendia o seu mundo.
Essa
foi uma das primeiras descobertas dessa menina peralta, não fora a primeira,
mas fora uma das mais marcantes e intensas que ela viveu. Mal sabia Tereza que
quase dez anos depois, passaria a escrever contos e poemas.
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