sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Reforma Ortográfica - parte 5


A regra e a exceção do uso do hífen

Por Prof° José Luciano de Melo
Como temos defendido desde o início desta série sobre a implantação das mudanças ortográficas da língua portuguesa, tudo ainda parece muito precoce e feito à revelia, sem o devido debate e o amadurecimento das idéias. Li há alguns dias um escritor angolano relantando que em seu país não existe a mínima divulgação das novas regras e que editoras e escolas estão pouco se lichando para a reforma. Vão continuar do jeito que está.
Por que retomo a discussão da pertinência da reforma ortográfica? Justamente para tratar de um de seus assuntos mais polêmicos e que ainda aguarda melhores esclarecimentos: o uso do hífen. Segundo a nova norma, para grande número de prefixos e elementos de composição (auto, hiper, mega, super, anti, micro etc), emprega-se hífen em dois casos: quando o segundo elemento começa com h ou tem a mesma terminação do primeiro. Ex:. anti-inflação, micro-organismo e super-homem. Nos outros casos, o hífen cai. Ex.: autoescola, antiamericano e microempresa. Há ainda o cuidado com as exceções: se o segundo elemento começa com r ou s, duplicam-se estas letras: antissocial, megarrampa etc. Em prefixos terminados em r, será usado hífen se a palavra seguinte começar também em r: hiper-realista, inter-racial, super-resistente.
Também permanece hífen em palavras formadas pelos prefixos “ex”, “vice”, “pré”, e “pró”. Já no caso do prefixo “pós”, só se usa se for seguido de uma palavra que tem significado próprio. E aqui começam as exceções malucas que temos que decorar, porque
NÃO se usa o hífen no prefixo “pós” se a palavra seguinte não tiver um significado próprio.
Mas, se parasse por aí... De acordo com a nova regra, o hífen, "num passe mágica", surge em re-eleger, re-estruturação, re-embolso. (é a mesma regra para anti-inflação, lembra?) E agora? Permanece a regra ou abrimos mais exceções, para confundir mais a cachola?
Plagiando o rei, "Pensem nas criancinhas...!"
O chavão é horrível. A dúvida, também.

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