quinta-feira, 7 de junho de 2012

José do Patrocínio


por Luciana Basílio
   
Gosto muito de ler biografias, com elas aprendo o que não estão em outros formatos de livros e de tempos em tempos é bom viajar pela vida, pela história de vida, pelos contornos que se delineiam no espaço onde se encaixam essas personagens que tem histórias, são históricas, inserem-se em lutas diversas e traçam perspectivas que me levam a refletir sobre tudo e sobre todos os momentos de nossa história. No início do ano de 2012, comecei a ler a biografia de José do Patrocínio, conhecido como “Tigre da Abolição”. Além de ser abolicionista, um militante encorajado, na época de muitos homens avessos a liberdade daqueles que com sua força ininterrupta ergueram grande parte da nação, no que diz respeito aos aspectos econômicos, culturais, sociais e políticos.
   Patrocínio rebento do ventre de uma escrava de 14 anos, Justina Maria do Espírito Santo e um vigário, José Carlos Monteiro, cheio de posses e de poder, pai que nunca o reconhecera. Após o seu nascimento, vivendo no amplo e confortável sobrado do Largo da Matriz, onde a mãe vivia presa aos afazeres domésticos, o menino José Carlos do Patrocínio aproveitou como pôde essa vida de regalos, dividida entre suas estripulias na vastidão do terreno da praça em frente, que era uma extensão da própria Igreja Matriz, e as incumbências de moleque de recados, sujeito à vontade do seu dono, senhor ou pai, o poderoso vigário.
  Admirei sua biografia, seu encorajamento, sua luta pessoal, suas ideias, seus escritos, seu ideal abolicionista e acima de tudo admirei sua crença no nosso país. Fica a recomendação para que todos leiam os escritos de José do Patrocínio e uma homenagem de uma leitora fã.
Seriam as primeiras palavras, mórbidas e talvez insensatas para época
Seguira uma doutrina infinita de inquietações e questionamentos
Pudera, era um homem incomum, fora do comum
Expulsava de si todos os pensamentos
Ao mesmo tempo que os armazenava numa memória fustigada
Tinha o tom das coisas, coisas todas de todos os dias, de toda história
Coisas políticas, ideias incorruptíveis, coisas sociais, alienadas, coisas sociais, diversificadas
Antes de proferir, escrever, defender teses, argumentações, debates, palestras, textos, artigos
Antítese, síntese, analogias de si de sua tão intrigante luta
Arquitetara em sua inquietude uma sociedade que de sonhos a longo prazo aboliram cativos
1888 sonhos sonhados para liberdade
É a coisa que nos move, qual delas prefiro não proferir-lhes
Eis porque esse verbo é altamente rebuscado para circunstâncias presentes.

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