sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A educação: o papel do Ensino Médio

por Érika Melo
 
Nesse ano encerrei um importante ciclo da minha vida. Cheguei ao final do ensino médio. Não é uma fase muito fácil, pois é um grande marco da passagem da adolescência para a vida adulta. Nos deparamos em frente a diversos dilemas, como o que fazer agora, e transbordamos incertezas. Se antes não importava o que acontecesse sempre tínhamos a certeza de voltar a escola no próximo ano, agora não temos essa constante mais em nossas vidas. Mas não é sobre o que virá que me faz escrever esse texto, mas sobre o que passou.

Uma pergunta que me fiz em diversos momentos nesses três anos, foi qual era exatamente o papel do ensino médio. Até cheguei a conversar com alguns professores sobre isso, diretamente ou indiretamente em debates sobre outros assuntos que me remeteram a isso. Um exemplo é em um determinado momento, eu me recusava a apresentar seminários. Não entendia o proposito de estudar um tema, preparar algo legal, e ficar lá na frente falando enquanto todos ouviam quietos (sem prestar atenção nenhuma). Queria que o professor me avaliasse de uma forma mais objetiva, eu não passaria em uma faculdade “perdendo tempo” preparando um seminário.

Foi então que me deparei com belos argumentos de uma das melhores professoras que já tive. Primeiro, que um seminário não era para ser um grupo falando e o resto fingindo prestar atenção. Deveriam ser ideias disseminadas que levassem a um debate, mesmo sendo dificílimo, esse era o objetivo. E além disso, na escola que eu estava, não seria treinada como “um robô” para passar no vestibular, não teria uma educação conteudista e de decorar formulas. Estava ali para desenvolver habilidades e competências.





Com essa explicação, cheguei a duas perguntas como conclusão: Qual o papel do ensino médio? Preparar o aluno para passar em um vestibular ou preparar um jovem para enfrentar um mundo cheio de incertezas? Não deveriam ser coisas distintas. Para entrar em uma boa instituição de ensino superior não se deveria avaliar o aluno com uma única prova, mas como um todo. Pois assim o ensino médio teria um papel definido: prepararia o jovem para a jornada que viria a seguir, o fazendo se preocupar não em decorar formulas, mais sim em aprender e se desenvolver naqueles três anos de diversas formas distintas. Apresentar uma peça na escola ou assistir um filme não seria “perda de tempo” e sim complemento.

Em escolas ditas de “ensino de qualidade”, que conseguem os primeiros lugares em olimpíadas e em vestibulares, na maioria das vezes encontramos o ensino médio conteudista, que viva preparar mais o aluno para provas objetivas. Na escola que eu estudei tinham essa preocupação também, mas era segundo plano. A maior preocupação era nos preparar para vida, fazer-nos desenvolver as tão faladas habilidades e competências. E para mim, esse é o verdadeiro papel do ensino médio. Não me formou apenas no quesito educacional. Me formou para vida. Isso sim é ensino de qualidade. 

PS - Este é a nossa última postagem de 2012. A vocês, leitores do AlfaEtec, agradecemos todas as críticas, sugestões e participações. Chegamos ao final do ano com a incrível marca de quase 21 mil visitas, num universo de leitores que abrange não só os alunos da ETEC Cidade Tiradentes, mas também um público que tomou contato com as atividades e produções desta escola por meio das redes socias e do portal (www.etecct.com.br). 
Ainda é impossível não lembrar aos alunos que fizeram parte do corpo editorial neste ano. Além da participação de inúmeros colaboradores em 2012, um agradecimento especial aos formandos Luciano Nunes, Aryana Frances, William Kennedy, David Sobrinho, Peterson Oliveira, Fernanda Mello, Érika Melo, Juliana Andrade e aos que iniciam a jornada no Ensino Médio, Skarleth Gomes, Oswaldo Siqueira e Heloisa Nogueira. 
A todos vocês, alunos e leitores deste espaço um ótimo Natal e um maravilhoso ano de 2013. Nos vemos por lá!

Profª Luciana Basílio
Profº Luciano Melo
Profº Dário Martins

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ETEC CT entre as 20 melhores escolas públicas da capital no Enem 2011




Nesta quinta feira (22), o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados do Enem 2011 (confira no http://portal.mec.gov.br/enemporescola2011). De acordo com os dados, a Etec Cidade Tiradentes, com média geral de 537,41, se posiciona entre as 20 primeiras escolas públicas da capital. Em 19º lugar, nossa escola participa de um grupo seleto de instituições do ensino paulistano administrado por órgãos públicos, como as próprias Etec’s do Centro Paula Souza, a Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Usp e demais colégios federais. Como comparativo, este índice de 537,41 alcançado pela ETEC CT ficou acima da média nacional do país, de 519,08. Se o parâmetro for apenas entre alunos da rede pública brasileira, com 474,2, a distância aumenta ainda mais. 
Vale lembrar que os dados obtidos por nossos ex-alunos são mais do que satisfatórios, pois pela primeira vez realizamos este exame nacional. Com pouco mais de três anos de existência, a Etec Cidade Tiradentes vem consolidando sua excelência nos ensinos Técnico e Médio oferecidos, com muita seriedade e competência. Estendemos nossos cumprimentos a todos os alunos e familiares que contribuíram para o início tão promissor de nossa escola. Nós, alunos, professores e funcionários da ETEC CT, agradecemos imensamente.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ETEC CT é a 7ª do estado em relação à índice de candidato/vaga do Vestibulinho das Etec's

A ETEC CT, mais uma vez demonstrando a qualidade de seu ensino Médio e Técnico, está em 7º lugar na relação entre candidato/vaga para o Ensino Técnico Integrado ao Médio (ETIM). Neste vestibulinho para ingressantes ao 1º semestre de 2013, o curso de Ensino Médio/Administração teve 679 inscritos para 40 vagas, um índice de 16,98 candidatos por vaga. Maiores informações no próprio portal do Centro Paula Souza:
http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/Noticias/2012/novembro/14_conheca-os-cursos-com-maior-indice-de-candidato-vaga-do-vestibulinho-das-etecs.asp

domingo, 11 de novembro de 2012

Fragmentos do que sou

por Jean Rodrigo García Lancelot

I
O que sou?
Não sei exatamente,
Procuro descobrir todos os dias,
Tento, mas nada encontro.
Queria alguma definição
Exata para tal questão.

Talvez, o que eu gosto,
Ajude a me definir.
Parando para refletir,
Gosto de muitas coisas.
Não seria fácil, encontrar
Palavras para conceitualizar
Minha essência,
Assim, dizer o que sou.

II
Não sei o que sou
Apenas de meus gostos
E algumas preferências.

Desejo coisas
Mas elas não me conceitualizam
Ou determinam o que sou.

III
Frações de mim
Estão por ai aos montes,
Não faço ideia onde se encontram,
Talvez, no passado e com minhas vivências
Ou será que no presente e nas minhas ações?
Quem sabe no futuro?

Acredito que essas frações
Não estejam apenas relacionadas ao tempo,
Em meus pertences
E meus gostos e preferências.
                       
São pedaços,
E isso me compõe
Parte por parte
Até me completar
E eu ser eu mesmo
Inteira, sem fragmentos.

É como se olhar no espelho,
Você vê uma parte de você,
Mas por dentro, a realidade é outra,
Essa é a minha busca.
[...] 
IX
Posso ser tudo o que vivi?
Eu seria um museu,
Ficando apenas com as recordações,
E jamais saberia como eu terminaria.
Então, não posso ser o que vivi.

Mas o que vivi, precisa servir para algo,
Não é possível fazer algo
E deixa-lo lá no vazio ou no esquecimento.
Senão, eu não viveria, não faria sentido existencial.
Portanto o passado não é o que sou,
Entretanto, pode ser parte do que sou,
Mas não sei o que é exatamente.
Já que posso ser muitas coisas
E não ser nada.

Logo, o passado é uma fração
Que me pertence e que reage sobre o meu ser.
E possui ideias e crenças próprias interferindo no que sou.

X
Lembrei-me de quando era criança,
Tudo o que desejara era ser adulto
Agora vejo o quão difícil é,
Nesse mundo não sabemos o que somos,
Só que temos que viver pelo tempo.

XI
Tive outra recordação,
Era uma noite, eu tinha a pessoa amada
Em meus braços, era mágico tê-la.
Sentir seus músculos, o palpitar de seu coração,
A emoção da qual se encontrara,
E o mais importante,
Ela estava lá por mim,
Não sabia o que eu era, mas queria ser aquilo para todo o sempre.

XII
Os romances mais lindos,
As paixões mais carnais,
Vivi tudo de forma intensa,
Como se fora o último dia de minha vida,
Cada parte do meu ser vibrante
Desejara aquilo para o resto da vida,
Pois pensara que teria com quem compartilhar os meus sentimentos.
Os sentimentos seria uma boa resposta
Para saber o que de fato sou,
Já que ele nos define bem.
Mas, os sentimentos são um estado de um ser,
Então eles não me definiriam
A todo tempo com a mesma resposta.
Poderia eu ser a todo tempo um ser diferente?
Quem sabe, a essência, talvez, seja a mesma,
Porém com ideias e opiniões diferentes,
Além de que, não podemos esquecer que os sentimentos não são elementos fixos,
É um estado, logo, pode ser momentâneo ou
Durar um longo tempo,
E ir embora do dia para a noite.

XIII
Posso ser muitas coisas,
Assim teria muitas definições do meu ser,
Como posso ser coisas se eu não sei o que sou?
E se eu for um ser de apenas uma definição?
Logo não poderia ser mais coisas,
Seria uma.

XIV
Só posso ser o que está em contínua transformação,
Assim, vivo e nem sinto a constância.
Não sinto nada, apenas o tempo passando
E tirando as minhas possibilidades
De ter minhas respostas,
Para de fato saber quais são as minhas razões.

Sou o que faço e vivo,
Sou o presente e só.
A princípio, eu acreditara
Que estava certo sobre isso,
Mas não estou.

Tudo o que se vive no presente,
Precisa de algo que o preceda.
 [...] 
XXI
Então, fiz uma descoberta incrível,
Ao fechar os olhos, sabia o que era,
Pensar é ser.

Com os olhos fechados eu sabia o que de fato era,
Quando se observa e senti, somos enganados,
Pelos sentidos e aparências de um mundo imperfeito.
Além de tudo o que vemos, ouvimos e sentimos,
Seja de fato o essencial para existirem e serem.
Mas para os seres pensantes, ao fechar os olhos,
Saímos de todo o universo inflexível e imperfeito,
E sabemos o que somos, mas não podemos sentir e nem observar.

XXII
Pensar é ser, de fato, pode ser simples,
Mas é essencial fechar os olhos, só assim,
Repito, só assim, saberá de fato o que tudo é.

Quando estamos usando dos cinco sentidos
Somos enganados pelas próprias sensações.
Mas sabemos o que todas as coisas são,
Elas são o que vemos e não podem ser
Mais nada, já que não podem fechar os olhos.

Talvez, em um plano metafísico nos encontremos com as coisas,
E poderei ter mais visões e ideias sobre elas,
Que quando as vejo, escuto, sinto, degusto ou cheiro,
Já que esses sentidos quando usados
Dão-me uma perspectiva, apenas.

XXIII
É tão simples, que na prática
Resolvi fazer, para saber se detinha
Validade e se era real a aplicação.

Com os olhos abertos, observei tudo ao redor,
Tinha certeza do que tudo era,
Menos de mim mesma.
[...] 
XXVI
O passado era um aprendizado
E necessário para o presente,
Servindo como um manual
Para mudar o futuro.

Então era obrigado a viver o meu passado,
Assim teria as consequências ou ações da vida,
Para alterar o futuro, se fosse necessário.

XXVII
Como o ser é composto de muitas coisas,
Tanto boas e ruins, passara por decepções e glórias.
Sofrera mas também iludira, porém tudo aquilo vivera.
Tinha que ter sentimentos e usar os sentidos,
Pois eles eram a minha essência,
Fragmentos de tudo o que me compõe
E me faz ser o que sou.


Jean Rodrigo García Lancelot

Jean Rodrigo García Lancelot nasceu em 1900 foi um filósofo paulista. Sua descendência é francesa, era de família abastada, logo, tinha tempo para dedicar-se à poesia.
Jean nasceu no Brasil, pois a viagem que seus pais fizeram foi longa e cansativa, sua mãe teve enjoos e decidiu ficar, seu pai retornara para tomar conta de suas posses depois que o filho nascera.
Jean adaptou-se ao Brasil, lugar de onde não quis sair, sua mãe ficou com seu filho, para garantir que ele teria uma boa educação, até os seus quinze anos. Acabou por convencê-lo a estudar na França, e em seguida na Inglaterra. Lugares que o marcaram, por consequência marcaram a sua escrita.
Mesmo de família rica, Jean Rodrigo acreditava que tudo poderia ser simplificado, que o ser estava complicando a essência da vida, a partir das tecnologias que criava, ou seja, conforme a Revolução Industrial progredia, o ser regredia, dificultava o caminho de sua existência.
Em sua curta vida deixou uma obra que não conseguira concluir “Fragmentos do que sou” em que deixa as sua ideias sobre o que o ser é.
Rodrigo morreu de forma, um tanto que, inusitada. Um dia o jovem com seus 25 anos fora passar uma temporada no Brasil, decidiu nadar em uma de nossas praias, porém esqueceu-se que não sabia nadar, acabou por afogar-se, e quando lhe prestaram algum socorro, já era tarde.

Mercado de Trabalho: Segurança do Trabalho


Dando continuidade às entrevistas sobre mercado de trabalho, entrevistaremos a professora Mariana, que é formada em Fisioterapia, e falará de suas experiências e visões no curso técnico em Segurança do Trabalho, uma área que vem crescendo demasiadamente, devido o Brasil se enquadrar em uma fase de muitas construções, em que, os formados nesse técnico possuem um importante papel nessa nova fase de nossa pátria.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O CARRO DA VIDA por Ernesto Almirante


O CARRO DA VIDA  por Ernesto Almirante


E é assim que eu vejo a vida:
Um carro.
É como um carro que eu vejo a vida.

Você , quando dirige, é livre.
Poderá fazer que caminho quiser, na velocidade que julga conveniente.
Com a vida, o mesmo
És o eterno responsável pelo caminho que toma.

Dê carona aos que te marcam.
Seja prudente com as pedras do caminho.
Cuide de seu carro, e de sua vida também.

És o senhor soberano
Da velocidade, do tipo de estrada em que caminha.
Às vezes seu carro irá para oficina,
Assim como você irá ao médico.
Por revisão ou reparo.
Às vezes por imprudência.

Zele de sua vida, assim como de seu carro.
Abasteça-o, evite-o deixar sem água...
Seja prudente.

És como o modelo de seu carro.
Um Sandero, um Fox, uma Zafira ou um Uno Mille.
Cada um tem suas peculiaridades.
Assim, és também

Lembre sempre de um carro
Relacione-o com sua vida.
Assim como cuida do carro,
Cuida de sua vida.
Tudo que é de matéria e que gostas
Compare com sua vida.


                                           Ernesto Almirante

Ernesto Almirante é paulista e paulistano. Nascido em janeiro de 1970, trabalha hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), mas é apaixonado por carros. Morador da cidade de Suzano (SP), dirige todo dia, de sua cidade até o centro da capital.
Casado com Heloíza Nogueira Almirante, é pai de 02 filhos, sendo a filha estudante do 2º ano de Física e o filho, estudante do Ensino Médio. Sua esposa é Pós Doutora em Ciências Biológicas e ele, Administrador.
Adora escrever sobre o lado empreendedor, motivacional e psicológico. Às vezes  se utiliza de suas paixões para fazer analogias aos temas administrativos. Como mostra este texto, sua paixão carro e o paralelo com a vida.
Tem planos de ministrar aulas para cursos relacionados ao seu tema, já que é, também, Doutor em Administração. Adora lidar com pessoas.

domingo, 4 de novembro de 2012

Comentários sobre o tema da dissertação - ENEM 2012


Tinha me prontificado com alguns alunos em comentar a proposta de dissertação por aqui, logo após a prova. Diferente um pouco do que andei lendo na internet, achei o tema um pouco complexo, para não dizer chato mesmo. Não que fosse difícilissimo seu desenvolvimento, até acho o tema bem pertinente na atualidade de nosso país, mas, por ser uma avaliação que requer tanta concentração e folêgo para encarar dois dias exaustivos de reflexão, acredito que poderiam ter pensado em um assunto mais abrangente, que os candidatos pudessem explorar uma maior quantidade de argumentação. Neste ponto, acho mais justo o que o Saresp fez até 2011 (talvez mude agora): propor dois temas distintos para os alunos escolherem em qual se adequam melhor. Talvez seja um pouco de compaixão por vocês, como aquele que quer, a todo custo, proteger sua “prole”. Seja como for, como não adianta mais chorar pelo leite derramado, tenho fé de  que vocês tenham ido muito bem na redação. Abaixo, vou comentar um pouco sobre algumas impressões do que li e tentar adequar ao que vimos durante as aulas. Sei que nosso conteúdo é bem comprimido, principalmente no último ano do Ensino Médio, e que talvez pudéssemos ter nos debruçado mais acerca de produção dissertativa. Mas também sei da capacidade de cada um de vocês, o que me alivia e me traz muitas esperanças do desempenho de cada um Vamos lá.
O tema proposto foi “O Movimento migratório para o Brasil no século XXI”. Além dos nomeados “textos motivadores”, havia um mapa com a rota migratória de haitianos para o estado do Acre. Diante do tema, o próximo passo seria a definição de uma tese, ou seja, um posicionamento crítico acerca da proposta sugerida. Pude notar que entre os textos ofertados havia uma oposição de informações sobre a qualificação destes imigrantes que chegam ao Brasil. No primeiro, “Acre sofre com imigração de haitianos no Brasil”, grande parte destes estrangeiros, fugitivos do terremoto de 2010, eram profissionais qualificados no Haiti, como professores, advogados, carpinteiros etc. Já no segundo, “Trilha da costura”, aborda a  deplorável situação de imigrantes da Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, que saem do país não por questões políticas, mas econômicas. Diferentes de boa parte dos haitianos, os bolivianos que aqui migram não possuem alcunha profissional, empregando-se em tarefas artesanais,no  campo e na costura.
Diante disso, o candidato poderia posicionar sua tese em duas maneiras: a primeira, favorável à migração, poderia argumentar das benesses que tal mão de obra traria ao país, principalmente pela qualificação profissional dos haitianos. Também seria possível destacar que nossa história se caracteriza por construirmos um país cultural e economicamente por meio de diversas nacionalidades que migraram para cá, contribuindo para a formação desta nação. Para finalizar, seria interessante discutir que o Brasil sempre se caracterizou por ser um país pacífico e receptivo, no qual a proibição a qualquer indivíduo que busque aqui sua sobrevivência seria uma contradição a nossa própria ideologia patriótica.
No entanto, caso a tese fosse desfavorável à migração, um dos argumentos naturais seria o acirramento na mão de obra ofertada pelo mercado de trabalho atualmente, o que só agravaria a procura pelas vagas existentes. Isso poderia ser aplicado tanto na carência como na abundância de gabarito profissional destes estrangeiros, pois, de uma forma ou de outra, a concorrência com os brasileiros se acentuaria ainda mais. Também não poderia se esquecer que tal demanda migratória ainda provocaria maior demanda infraestrutural  dos serviços públicos no país, como habitação, saúde e educação, já tão caraentes para os nascidos aqui.
Para encerrar, como proposta de intervenção na conclusão, seria salutar que de uma forma ou de outra, a regularização destas pessoas ocorresse de forma igualitária e dinâmica. Muito embora não tenham nascido aqui, merecessem um tratamento justo e humanitário. Se desejamos ser um país de importância mundial, exemplos como este acentuariam nossa capacidade política de apaziguar e resolver questões que interferem na vida social de cada um de nós.
Uma boa sorte a todos, meus queridos alunos da ETEC Cidade Tiradentes e do Jacques Y. Cousteau. E, desde já, me prontifico a conversar com cada um de vocês, sobre esta dissertação ou sobre as questões de “Linguagens e Códigos...”seja onde for.
Vocês são a razão de tudo isso.
Um afetuoso abraço a todos!
Profº Luciano Melo

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PROVÕES (2º SEMESTRE) - ETEC CT



Atenção Ensino Médio e ETIM: marquem na agenda: Provões do 2º Semestre nos dias 12 a 14 de novembro.

Os alunos (Ensino Médio e ETIM) têm aula normal até as 09h10 e fazem as provas após o intervalo (excepcionalmente das 09h10 às 09h30). Para o ETIM, aulas normais também no período vespertino.

A divisão das disciplinas contempladas em cada dia será a seguinte:

12/11 – 1ºs A, B e C: Português, Inglês, História, Geografia, Sociologia e Filosofia.
12/11 – 2ºs A, B e C: Português, Inglês, Espanhol, História, Geografia, Sociologia e Filosofia.
12/11 – 3ºs A e B: Português, Inglês, História, Geografia, Sociologia e Filosofia.

13/11 – 1ºs A e B: Matemática, Química, Física, Biologia, Ed. Física e Arte.
13/11 – 1º C: Matemática, Química, Física, Biologia e Ed. Física.
13/11 – 2ºs A, B e C: Matemática, Química, Física, Biologia e Ed. Física.
13/11 – 3ºs A e B: Matemática, Química, Física, Biologia e Ed. Física.

14/11 – 1ºs A e B: ECO, POC I, AI, GE e SE.
14/11 – 1º C: HA, TDCQ, DAH, AI e PA.

Durante esta semana, os professores de cada disciplina estarão comentando os conteúdos que serão exigidos nas avaliações.

Boa Sorte a todos!

Manhã de Sol


por Tereza de Souza

Um dia quente, o Sol estava brilhando, fazendo-me procurar uma sombra para observar a imensidão, havia meses que tudo o que fizera, era sair cedo, retornar muito tarde, assim perdia essa maravilha.
A sensação era inexplicável, mas é possível fazer a descrição daquela manhã, o céu estava azul claro, poucas nuvens, o Sol cintilava todo o ambiente. O firmamento estava bem definido, permitindo a visualização dos planos de todos os movimentos, as cores reais de todas as coisas, dos prédios, carros, árvores, tudo parecia distante, ficara perto, sendo possível, observar tudo que não via pelas escolhas da vida.
Fiquei encantada pela quantidade de coisas que vi, por falta de tempo nunca observei, a pressa não deixava, pois estava presa a compromissos e horas marcadas, além de sempre estar ocupada com dilemas e preocupações a fim de alcançar metas.
Após alcançar as metas, tinha muito tempo livre, poderia fazer qualquer coisa, analisar textos complexos, investir em minhas ideias e projetos, assim voltar à agitação de que estava tão acostumada.
Mas não desejava agitação, sabia que um dia tudo voltaria, se eu pudesse escolher, jamais aceitaria a correria da vida, em síntese só sossego e descanso, sem horas para compromissos, assim seria possível admirar manhãs de Sol, como essa.
Buscamos tanta preciosidade ou complicamos demais, que nos esquecemos da simplicidade, da ordem das coisas na sua forma natural, das pequenas coisas que valem muito, em casos valem mais do que as metas que buscamos durante nossa vida, às vezes são gestos ou um simples olhar para a imensidão e ter certeza de que ela está lá.
É possível aprender muito com pouco, foi o que aprendi. Tudo o que precisara era paz, que encontrei nessa manhã de Sol.


Tereza de Souza

Nascida em 2 de outubro de 1963 em Minas Gerais, foi uma contista brasileira, faleceu jovem, em 1988.
Utilizava em seus contos experiências de sua vida. Tereza vivia intensamente sua vida com muito rock and roll. Essa filosofia de vida acelerou o seu fim. Porém, aproveitou a vida do jeito que julgava ser o melhor jeito de se viver.
Tereza foi um exemplo de quem lutou e dedicou-se para a nossa atual liberdade de expressão. Ela participou de movimentos contra a ditadura.
Sua morte foi algo trágico, ela foi comemorar seu aniversário com seus amigos em um bar. Porém, ela já havia bebido nos dias anteriores, e no bar tomou mais. Chegando a sua casa, ela passou mal e teve uma overdose, falecendo no dia 3 de outubro. Seu corpo fora encontrado três dias depois.
Ela escrevia seus contos como se fosse um diário, só que de forma detalhada, com ideias e sentimentos íntimos, aumentando o grau de legitimidade de suas experiências. Tereza via o mundo de forma diferente, ela reparava nos detalhes e elementos que passam despercebidos pela maioria das pessoas que vivem de forma corrida pelo estresse e rotina da vida.







Frank Henry Byron, um ultrarromântico


Frank Henry Byron nasceu em 1855 em Londres. Não se sabe muito sobre a sua vida, talvez em grau distante, ou não, mas viveu como o seu ilustre parente Lord Byron. De quem seguiu o modelo de vida.
Henry vivia em festas e ingerindo bebidas alcoólicas a maior parte do tempo. Procurava esquecer as mágoas da vida, a tristeza de um amor proibido, já que o amor de sua vida fora entregue ao conde de outra cidade.
Henry era ultrarromântico talvez estivesse no sangue, ou algo planejado pelo destino, ou quem sabe por meros fatos da vida. Enfim, ele escrevia sobre o sofrimento de amar, a morte que o guardava de braços abertos e os prazeres da vida.
Viveu, apenas, 23 anos. Não se casou, não deixou herdeiros, mas, deixou seus poemas  sobre suas decepções e sua vida de prazeres.
Em seus versos deixou decassílabos e redondilhas. Usava a as métricas para escrever sobre seus íntimos sentimentos, como esses sonetos que foram traduzidos.

Leve-me

Agonizo muita dor,
Desejo não mais sofrer,
Perdi meu grande amor,
Preciso te esquecer.

Apenas quero partir,
Não desejo mais viver,
Devo apenas sumir,
Talvez desaparecer.

Agora sou um perdido,
Com a vida terminar,
Já, que fui esquecido.

 Não paro de te amar,
Quero ser transferido,
Será que vai acabar?



Soneto de alguma despedida

Neste enorme mundo padeço,
Eu acho que apenas sobrevivo
Do sofrimento, nada esqueço,
Não sei se tenho fé, um dia vivo.

Um dia, sorrirei, eu quero viver,
Não aqui, mas em um distante lugar.
Partir, ir embora ou esquecer.
Não tenho mais porque continuar.

Eu não quero ficar, quero fugir,
Muito chorar, esconder-me, morrer.
Eu, apenas, muito desejo ir.

Até a última gota, irei beber,
Eu desejo com tudo terminar,
Esqueçam-me, já deixei de lutar.

domingo, 28 de outubro de 2012

Heterônimos, essências transmitidas através de máscaras


Heterônimo é uma personagem de origem fictícia. É criada por escritores, com o objetivo de propagar a realidade de diferentes jeitos.
Assim, cada heterônimo contem uma biografia própria, um estilo específico, uma singularidade em seus temas. Podemos dizer que são frações dentro de um escritor, que se divide em outros com ideias e pensamentos diferentes, para assim dizer o que sente, o que realmente pensa, e transmitir suas ideias.  Talvez, seja como se o escritor tivesse sua essência, porém para demonstrá-la ele coloca uma máscara para escrever as suas ideias.
É muito mais do que assinar sua obra com algum apelido ou outro nome. É como se essa parte tivesse realmente vida própria, pensamento próprio, um mundo idealizado, diferente do que o escritor normalmente escreve em suas prosas ou versos.
Imagine um caleidoscópio, um tubo cilíndrico com espelhos no interior que refletem imagens em múltiplas combinações, em objetos coloridos que estão fixados no fundo. Já no campo literário, caleidoscópio seria um poeta como o tubo cilíndrico, e em seu interior teriam as combinações, no caso sua imaginação para criar formas assim surgiria os heterônimos, como se fosse projeções de vários escritores, porém todos partem de um mesmo cilindro, ou seja, o criador dos heterônimos.
No Brasil, temos um matemático e escritor que foi um dos maiores divulgadores da matemática em nosso país, o Malba Tahan que é um heterônimo criado pelo Júlio Cesar de Mello e Souza.
Temos outro exemplo em nossa literatura de um grande escritor do Modernismo português, Fernando Pessoa que não escrevia apenas, criava escritores. Ele possuía muitos heterônimos, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares, entre outros. Um dos mais conhecidos é o Alberto Caeiro, que é o mestre de todos os outros heterônimos, inclusive de seu criador, Fernando Pessoa. 
Quem sabe a ideia de heterônimos fique entendida pela explicação de Fernando Pessoa que define este processo numa carta que escreveu ao poeta e crítico Casais Monteiro:

[...] Vou entrar na gênese dos meus heterônimos literários, que é afinal o que V. quer saber. [...]
Aí por 1912, salvo erro [...] veio-me à idéia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular [...] e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, uma penumbra mal urdida, um vago retrato de pessoa que estava a fazer aquilo. (Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis.)
Ano e meio, ou dois anos depois, lembrei-me um dia de fazer uma partida ao Sá-Carneiro – de inventar um poeta bucólico [...]. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada consegui. Num dia em que finalmente desistira - foi em 8 de março de 1914 – acerquei-me de uma cômoda alta e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título – “O Guardador de Rebanhos”. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas, imediatamente, peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a “Chuva Oblíqua”, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa Aberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou melhor, foi a reação de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.
Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir – instintiva e subconscientemente – uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome, e ajustei-o a si mesmo, porque nessa altura já o via. E, de repente, e em derivação oposta à de Ricardo Reis, surgiu-me impetuosamente um novo indivíduo. Num jato, e à máquina de escrever, sem interrupção nem emenda, surgiu a “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos – a Ode com esse nome e o homem com o nome que tem.
..................................................................................................................................
Como escrevo em nome desses três?... Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber o sequer calcular o que iria escrever. Ricardo Reis depois de uma deliberação abstrata, que subitamente se concretiza numa ode. Campos quando sinto um impulso para escrever e não sei o quê. [...]

Como os heterônimos possuem vida própria, já que possuem biografias, estilos e temáticas que lhes pertencem, enviaram-nos contos e poemas. Sim essa semana aparecerá contos e poemas de alguns heterônimos que o Editorial Alfa recebeu.



Aryana Frances