quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Triste fim de uma paixão

por Aryana Frances

O que me resta: A solidão,
Um amor, eu perdi,
Por cair na tentação.

Nunca mais sorri,
Desde então,
Tento me ferir.

Não só na imaginação,
Tudo eu já destruí,
Nessa trágica imensidão.

Continuo o pensamento
 Em você, sem usar a razão.
Levito-me do firmamento.

Nada acontece,
Perdi o encantamento.
Não tenho mais preces.
Não sei o que pedir,
Rezar, talvez implorar,
Ou apenas intervir.

Mudar essa situação.
Fazer tudo voltar,
Assim terminar,
Com essa frustração.

Posso ser um eterno exagerado
Por muito te amar,
Vivo do nosso passado.

Lembrando-me de sua excepcional beleza.
Sempre vou te amar,
 Mesmo que custe minha eterna tristeza.

A dor

por Aryana Frances

Trago comigo a dor,
Talvez, a escolhi por ser verdadeira,
Por sempre me fazer companhia.

A dor não é ruim,
É uma opção, não é fácil escolher.
Mas foi necessário.

A dor não me faz pensar,
Só preciso sentir,
E acredito em sua existência

A dor anula as minhas certezas,
Mas, meus sentimentos se eternizam,
No silêncio da imensidão.

Partida penosa

por Aryana Frances


 Como era de rotina, chegava à noite depois de um dia frenético de trabalho, e sempre descia para a adega, onde passava a maior parte tempo, levara uma poltrona para lá. A cada noite, era uma experiência nova, sabia que o fim estava próximo, mas sentia meu corpo pesado, a mente leve e alma esperando por isso, incansavelmente.
Havia ficado repetitivo, mas a magoa era imensa e se intensificava toda noite naquela adega, fazendo com que eu nem me importasse em continuar sofrendo, já que esperara o meu fim.
Só queria deixar de existir, por sofrer, mas fizera algo pior, arruinara o sentimento de uma pessoa que muito amei, e desde então, tudo perdera o sentido, e não sabia como prosseguir à vida, ou fazer algo simples, como sorrir. Sentira que não existia mais, só meu corpo se movimentava a espera de sua partida que demorava a chegar, mas tinha como companheira as bebidas da adega.
A mente e alma já tinham abraçado a morte como amiga íntima, já que esperava em desalento, mas o fim não parecia próximo.
E quando, ainda, estava sóbrio, o pensamento era em tudo o que mais amei, mas o que me restara, recordações, de que um dia fora feliz, de nossos corpos juntos, lado a lado, de sonhos que fizemos. E agora tudo o que tinha era a solidão, resultado de minhas atitudes e escolhas.
Passara a ter desvarios frequentes, certa noite, quando estava sentado em minha poltrona, vi um anjo triste, com asas pretas, e um olhar tão deprimente, que me fizera sentir uma dor que nunca tive, de repente, não sentia mais nada, pulsação ou o meu próprio exalar e fui à direção ao anjo, o meu fim chegara.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O erro de Marisa

por Luciano Nunes

E assim seguia a vida de Marisa
trabalho, faculdade e muita cobrança,
Marisa era cobrada pelos pais,
pelos colegas e pelos amigos,
não gostavam da forma como ela se portava.

Não gostava de mim...
O que tenho de errado?!
Será que sou de outro mundo?

E triste seguia
desgostosa da vida,
frustrada... com aqueles que desacreditavam
de seu potencial de sua personalidade
e triste Marisa vivia.

Cursando direito,
mas amando as artes,
pesava por não estra neles inseridas.

Chorava, resmungava, não fez sua vontade,
tudo porque seus pais não quiseram
- Para que Artes?
  Se estudais direito
  a rentabilidade é maior?

Sempre chorava,
vivia amargurada,
se sentia insignificante,
amor, para mi não, sente
e, assim, sou uma pedra, simplesmente.

Ninguém gosta de mim.
Se não estiver aqui,
Falta não farei
então... Então...

A morte é a solução,
não serei mais uma aberração,
felizes todos ficarão
sem a presença de um ser "estranhão".

E assim Marisa
procura artifícios para a morte encontrar
crendo os problemas eliminar
com o advento da mesma.

Indo a felicidade
ao ver o terem se aproximar
resolve se jogar
e a morte vem lhe pegar.

Ao outro lado chegar
sem essa densa matéria
fica um pouco dispersa
com a nova situação.

Até aprender a nova situação,
dor sentirá
por coma a vida acabar,
antes do tempo da mesma espirrar

Irmãos de muita luz
vem até Marisa
E a ela explicar
o sentido da vida.

Morte não é o remédio,
não era hora de morrer.
Todos terão uma hora,
que não precisam se preocupar
e a mesma chegará.

Por não aguentar sofrerá
as consequências do ato.

Suicídio foi um exagero
com o otimismo, suporte a prova.

domingo, 26 de agosto de 2012

Prólogo: Sentimentos contraditórios e ultrarromantismo


Dualidades nas ideias e nos sentimentos, e a idealização da morte, marcaram esse período literário.  Sim, sentimentos opostos como a paixão e a morte, atração e medo, desejo e culpa, essas incertezas marcaram o Ultrarromantismo, além da morte como fuga para os problemas.
Sentimentos exagerados e individualistas são comuns para esse gênero, mostra um herói que dispõe de sua vida pelos seus valores e ideais, além das obras apresentarem lugares sombrios, como cemitério, por exemplo.
Nossa literatura sofrera influência das obras do romantismo inglês, onde as características eram semelhantes, referindo-se aos vícios e pessimismo que já fora citado, destacando-se o Lord Byron que influenciou essas obras e os escritores, como o caso de Álvares de Azevedo, autor de Noite na taverna, Lira dos vinte anos e Macário. Obras que falam de amores impossíveis, vícios, bebidas, elementos satânicos e possuem algum fim trágico, abordando dilemas antagônicos. 
Pensando no período histórico, sofremos uma epidemia de tuberculose que ocasionou muitas mortes, e como o ultrarromântico visualiza a morte como solução e por tratar de amores impossíveis e apreço pelas bebidas e vícios, e assuntos satânicos, esse período foi denominado como "mal do século", as obras questionavam certos valores burgueses que impediam casais de serem felizes ou que eram contrários aos seus interesses.
Os lugares, as dúvidas, as desilusões amorosas, o mal do século a influência inglesa, tem-se a lembrança do estilo gótico.
Era um estilo arquitetônico religioso medieval, que possuíam vitrais  decorados com lutas entre o bem e o mal, demonstrando que essa dualidade de ideais é rebuscado, como a figura ao lado. Esse período da história teve muitas mortes, é denominado de Idade das Trevas, por ser macabro, influenciando as obras ultrarromânticas.
O gótico está presente no estilo musical, com a valorização poética e subjetiva sobre a própria existência, a solidão, a tristeza, melancolia, por exemplo, esses elementos são tidos como bons, como o trecho da música da banda Nightwish - Nemo

[...]
Este sou eu para todo o sempre
Um dos perdidos
Aquele sem nome
Sem um coração honesto como bússola
Este sou eu para todo o sempre
Um sem um nome
Estas linhas são o último esforço
Para encontrar a perdida linha da vida

Oh, como eu desejo uma chuva suave
Tudo o que eu quero é sonhar novamente
Meu coração amoroso perdido na escuridão
Por esperança eu daria meu tudo

[...]

Temos um grande poeta do período, Casimiro de Abreu, como exemplo literário, esse é o prólogo de seu único livro, As primaveras: "Todos aí acharão cantigas de criança, trovas de mancebo, e raríssimos lampejos de reflexão e estudo: é o coração que se espraia sobre o eterno tem do amor e que soletra o seu poema misterioso ao luar melancólico das noites".

 Se eu morresse amanhã - Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
  
Ao leitor, que sua vida seja cheia de vícios, amores impossíveis e recordações para que seu pensamento nos aproxime, irei até uma taverna mais próxima, para mais contos escrever, mais absinto pedir e lembrar que um grande amor... Eu vivi. 

Aryana Frances

***
Levei alguns minutos para fazer, tinha as fontes e o conteúdo em mente, agradeço ao meu mestre, Professor Luciano.





Cuidado

Por Willian Fonseca

    Enquanto caio para o mergulho final, relembro os últimos passos que antecederam a minha morte. Estava com as minhas queridas filhas e minha esposa, me despedindo para uma habitual caçada. Saí só, e durante uma leve garoa, que apesar de fraca, bloqueava parte da minha visão. É assim que tudo começou, marcando o fim da minha pequena aventura chamada de vida.
    O curioso é que sempre fui alertado pelo meu falecido pai sobre sair para caçar só e na chuva, mas nunca dei atenção. Uma vez, num encontro com um grande lobo, um garoto num corcel branco havia me salvado. Foi em um dia de chuva e estava só. Nunca dei atenção ao meu pai.
    Durante o percurso, próximo do local onde a caçada teria início, me distrai com um animal monstruoso, e por medo, corri o máximo que pude. Nas horas de medo, por mais sensato que o cara seja, ele age por instinto, ignorando tudo o que anos de experiência o ensinou. Foi o que aconteceu comigo, pois mesmo conhecendo a mata como a minha mão, me perdi.
    Corri durante horas, mas o demônio era incansável. Sem mais alternativas, desisti e me virei para enfrenta-lo. ao encarar o monstruoso ser, notei que se tratava de um equino, mas não como qualquer outro, pois no lugar de sua cabeça haviam labaredas que jorravam de seu pescoço como o sangue de um porco num matadouro. Ao presenciar tal afronta a ordem natural de Deus, caí. Meu facão escorregou entre os dedos e fechei meus olhos, a espera do fim. "Ao menos vou trocar uma ideia com Tomé, dizendo o que vi", pensei. Mas como a rapadura desaparece após entrar no meu campo de visão, o medonho ser havia desaparecido.
    Seria a minha vitória contra a querida morte, se eu não estivesse na beira do rio.
    Ao me refrescar um pouco com a límpida água que se encontrava a minha frente, escutei o mais belo canto que qualquer homem nesta misteriosa Terra ouviu e ouvirá, e, ao levantar minha fronte, me deparo com a senhorita mais linda que já vi. Seu corpo era dourado, voluptuoso e totalmente exposto ao Sol, e seus longos cabelos negros e cintilantes estavam numa gentil valsa com a brisa leve. Notei algo nas pernas dela como se fossem escamas, mas o intenso brilho e a grande distância me impediu de atestar.
    E assim teve inicio o grandioso momento mundialmente conhecido como o "Eu te avisei". 
    Mesmo com os avisos do meu pai, sucumbi ao encanto dos gentis e sensuais acenos dela. Ignorando o místico peso que meu corpo adquiriu após observar a moça, me joguei na água, com o intuito de alcançar o rochedo onde minha Afrodite estava, porém, em vão.
    Agora, antes da água dominar meu pulmão, no fundo do rio maldito, escuto a risada demoníaca que me impede de ouvir minhas ultimas palavras.
    "Iara".

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Uma goiabeira

por Aryana Frances

Era tarde na floresta, um grupo de amigos decidira passar um fim de semana longe do barulho da capital, mas não tinham experiências com a mata, já que não eram nativos, sentiam-se estrangeiros, estavam totalmente perdidos e sem mapas ou nomes de ruas e avenidas para guiá-los.
O jovem, Perseu se perdera de seu grupo e não sabia como encontrá-los estava desesperado e tentando buscar ajuda, não desanimou, continuou sua busca, porém nada encontrara.
Foi passando o tempo e Perseu estava com fome, e não tinha nenhum restaurante ou fast food, não sabia como iria suportá-la, na caminhada para encontrar seus amigos, viu uma goiabeira, admirou-se, pois sempre comprara as goiabas colhidas; pegou algumas goiabas e as consumiu como se fossem as melhores goiabas do mundo. 
Estava na terceira goiaba, quando viu um algo se mexendo no mato, saiu correndo alucinadamente tropeçando em um galho e bateu a cabeça ficando inconsciente.
Quando acordou estava embaixo da goiabeira e tinha uma companhia era um ser que nunca vira em vida, era um anão de cabelos compridos. Perseu agradeceu-lhe, perguntou:
- O senhor viu algum grupo de rapazes?
O anão respondeu:
- Não, mas sei que eles irão encontrar-te, fique calmo, e não coma mais as minhas goiabas, essa é a minha goiabeira favorita, certo?
Perseu tentou desculpar-se:
- Certo, desculpe-me não foi minha intenção, estava faminto e perdido, senhor.
O anão não estava mais irritado, mas foi duro com as palavras:
- Tudo bem, está desculpado, espero que tenha escutado meu conselho, agora eu irei partir, tenho uma missão, estão queimando minha mata novamente, precisam de uma lição, tenho que partir e lembre-se de não comer minhas goiabas, forasteiro.
Perseu nem teve tempo para responder porque o anão desaparecera e uma onça estava vindo em sua direção quando acordou assustado.
Seus amigos lhe acordaram, estavam preocupados com seu sumiço, e Perseu não sabia se tudo fora um sonho ou se ele havia conversado com aquele anão.
Estava na companhia de seus amigos, mas voltou à goiabeira para pegar a bússola que tinha caído, viu um balançar no matagal e notou que o anão tinha os pés virados para trás, quando pensou em falar ou apontar, o anão piscara e fizera um gesto para ele nada dizer, então, Perseu concluíra que tivera um contato com o Curupira.












quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ETEC CT na 22ª Bienal Internacional do Livro

No último dia 13 deste mês, os alunos dos cursos de Administração e Ensino Técnico Integrado ao Médio (ETIM) da ETEC Cidade Tiradentes estiveram presentes na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, acompanhados pelos professores Marcelo Luiz, Elzo Brito e Wellida Neves. Durante a visita, nossos estudantes tiveram um enriquecedor contato com o universo da leitura, possibilitando descobertas e enriquecendo suas experiências acadêmicas extracurriculares. 
Deste modo, com atividades desta natureza, a ETEC CT proporciona ao seu público estudantil meios de ascensão cultural que valorizam o currículo e ampliam a capacidade de percepção e senso crítico de seus alunos.

Profª Wellida Neves (centro) e alguns dos alunos da ETEC CT que visitaram a 22ª Bienal Internacional do Livro 
Os alunos da ETEC CT aguardando o restante do grupo na Estação Itaquera do Metrô
Alunos e professores visitando os estandes das editoras

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Folclore: Uma Cultura Que Está Perdendo

Por Luciano Nunes

Atualmente, a relação de pais, filhos, avós entre outros familiares estão ficando em segundo plano. A tecnologia e adaptação dos valores da sociedade estão causando uma perca cultural nas crianças, que hoje pouco conhecem sobre histórias que eram transcorridas de forma hereditária, ou a famosa geração em geração.
Sendo uma manifestação da cultura popular, o folclore está perdendo essa função nas crianças. Podemos perceber isso nos centros urbanos, mais precisamente São Paulo. As crianças estão preocupadas com brincadeiras eletrônicas e o excesso de compromissos que muitas enfrentam, ou mesmo aquelas que não tem muitos afazeres. Muitos não sabem a lenda do Saci-Pererê, Mula-sem-cabeça, Boi-bumbá etc. Essa bagagem cultural está sendo perdida, devido aos interesses sociais estarem voltados para outros objetivos.
Estando a sociedade despreocupada com os valores que lhes foram passados quando crianças, não passarão aos filhos e a cultura sofrerá um empasse: a mesma estagnará em um patamar e começará a ser esquecida. Histórias folclóricas se apagarão em determinados grupos sociais ou, mesmo que existam, serão de pouca influência. A experiência será um pouco apagada, iniciando um processos doentio na cultura de individualidades antigas.
Portanto, cabe a cada um de nós elucidar em festas e passar para as crianças uma cultura de pessoas que nos foram antigas. É um material de conhecimento muito rico para que o mesmo seja perdido. Precisa-se de histórias sejam contadas como forma de confabular crianças com a vida, denotando valores morais, éticos e racionais.

Prólogo

Sendo folclore uma coletânea de histórias, mitos, lendas e cantigas e uma forma de cultura popular, passada de geração em geração, o mesmo deu origem a festas populares, comemorações e deixou individualidades com receio de algumas atitudes, meio como forma de evitar que as mesmas viessem a praticá-las, essas histórias eram inventadas. Nessa semana, saberemos um pouco sobre o mesmo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Preparamos nossos alunos para quê, afinal?



por Luciano Melo
O sistema de ensino do 6º PIB mundial anda mal. Muito mal. Nesta semana, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) divulgou os resultados obtidos em 2011 de todo o país. Segundo dados presentes no editorial da Folha de São Paulo de ontem, 16 de agosto, o Fundamental I (até o 5º ano) atingiu 5,0 no ano passado, crescendo 0,4 em relação aos 4,6 de 2009. Já no Fundamental II (5º ao 9º ano), o progresso em relação à última mostra foi de 0,1 ponto (4,0 a 4,1). Também no Ensino Médio os números continuam acanhadíssimos: de 3,6 para 3,7. Dez estados brasileiros regrediram em desempenho e sete não atingiram o mínimo exigido. Aliás, só para lembrar: a escala de base do Ideb é de 0 a 10, e a média dos países desenvolvidos é de 6 pontos.
Diante de pífias amostras, o ministro da Educação, Aluízio Mercadante, pretende propor uma reorganização no Ensino Médio brasileiro. O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) passará a nortear o currículo na última etapa de ensino da educação básica, reagrupando as diversas disciplinas da grade nos quatro eixos temáticos exigidos na prova nacional. Desta forma, “Ciências humanas e suas tecnologias” abrigará as disciplinas de História, Geografia Filosofia e Sociologia; “Ciências da natureza e suas tecnologias”, Química, Física e Biologia; “Linguagens, códigos e suas tecnologias”, Língua Portuguesa, Inglês, Espanhol, Arte e Educação Física; e “Matemática e suas tecnologias”, apenas Matemática. A ideia desafiadora é promover a integração das diversas áreas do conhecimento em objetos de estudo comuns, bem diferente da estruturação curricular estanque nos dias atuais. O Ministério da Educação prevê até o final de 2012 as discussões necessárias à implantação do novo projeto para o Ensino Médio e encaminhar, ainda neste ano, ao parecer do CNE (Conselho Nacional da Educação).
Com estas medidas, enfim, o Ministério da Educação parece observar a Educação Básica do Brasil. Sabemos que cabem aos estados a autonomia na organização e implantação do Ensino Médio, como aos municípios, o Ensino Fundamental. Mas era no mínimo incompreensível o desprezo do órgão mor do ensino no Brasil relegar apenas ao CNE a vistoria no período crucial do ensino ao indivíduo, momento de sua maturação social e intelectual. Claro que as ações do ministério à maior demanda no oferecimento de vagas no ensino superior, como o PROUNI - Programa Universidade para Todos, SISU - Sistema de Avaliação Unificada, FIES - Financiamento Estudantil no Ensino Superior etc., são extremamente válidas, embora tenhamos problemas gravíssimos no ensino superior, como os dados do Sinae (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) que apontam desempenho abaixo do esperado nas inúmeras instituições universitárias espalhadas pelo território brasileiro ou a vexatória e interminável greve das universidades federais, arruinando qualquer amostragem na educação de excelência do país.
Porque ao se observar o problema nacional do Ensino Médio abalizado pelo Ideb de 2011, a educação inicial deve merecer "olhos" mais atentos da União. Os estados não são cobrados a sério pela evasão ou defasagem de aprendizado no ensino de base, quer seja Infantil, Fundamental ou Médio. A universidade pública cobra dos estados o déficit de aprendizagem dos ingressantes recém-formados no Ensino Médio, que por sua vez cobram dos municípios o atraso educacional nos Ensinos Infantil e Fundamental I e II. E este círculo vicioso será refletido na abundante oferta de vagas da União no ensino superior ou profissional, pois se ampliam as oportunidades de ingresso, mas penam na baixa qualidade de base educacional. 
Cada um, municípios, estados e União, à sua maneira, administram e divulgam os resultados de seus respectivos sistemas de ensino.
Talvez por isso o piso salarial do professor, sancionado ainda no governo Lula, ainda não seja cumprido por muitos estados e municípios.
Porque cada um governa à sua maneira. Sem nos levar a sério.
E preparamos nossos alunos para quê, afinal?

domingo, 12 de agosto de 2012

Para onde vou?

por Luciano Nunes

Para onde vou? Agora onde irei amarrar meu burro? São dizeres comuns que muitos jovens refletem no ensino médio e mais à flor da pele quando está encerando o ciclo; A profissão que formará um novo cidadão para a sociedade. Um novo valor que será agregado à comunidade que possivelmente trará benefícios, ou não.
Assim, o adolescente passa por muita responsabilidade, porque direcionará sua vida, daqui para frente. Se a escolha não for acertada, acarretará em problemas emocionais. Não ter escolhido o campo de atuação certo poderá, e frustrara-lo, causando certo medo para uma futura transferência de área.
Em vista disso, o pensamento e pressão que o jovem sofre é imenso. Ele quer uma profissão e os seus pais querem outra; vice-e-versa.
E é aí que mora o problema, que o jovem deve escolher aquilo que gosta e trará felicidade. Apenas um poderá e saberá o que gosta; quem enfrenta. Para isso, deverá analisar o que será viável em sua vida.
Assim poderemos concluir que essa é uma fase complicada da vida de muitos. “Para onde vou?”, essa questão deve ser respondida com certeza e pés no chão. É difícil, mas devemos enfrentar com pensamento em longo prazo e na felicidade que tal escolha nos trará.

sábado, 11 de agosto de 2012

Certezas incertas: por uma educação propositiva
Não há destino certo para as sociedades que não pretendam ter na educação o horizonte para que se definam como grandes potências desenvolvidas em todos os âmbitos, há de se levar em consideração que o ponto fundamental é que os princípios de igualdade, democracia e cidadania estejam definidos como o bem comum de todos sem distinção social, étnica, econômica, cultural, política, religiosa. Uma sociedade se constrói sem distinções, com as diversidades multiplicadas e respeitadas, superando desigualdades, não há oportunidade de superar as incertezas se não tivermos na educação as possibilidades de mudanças, não haverá sociedade possível. A educação escolarizada se faz a partir de uma multiplicidade de conhecimento, de cultura, de saberes que devem estar envolvidos nos conteúdos que devem fazer sentido desde sua escolha, à sua aplicabilidade, os conteúdos devem ser sentidos, devem ser propositivos para todos os que nele estão envolvidos. Uma educação escolarizada deve ser propositiva, uma educação escolarizada deve se voltar para o bem coletivo, deve avançar intelectualmente, culturalmente, socialmente, economicamente, politicamente, garantir a igualdade, ampliar o horizonte cidadão e consolidar a democracia, sem distinção e compreendendo que no ambiente das diferenças e das desigualdades e nas contradições da igualdade, a educação é a maior manifestação de mudança propositiva.
Por Luciana Basilio

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Prólogo: Meditação de um adolescente diante da escolha de uma profissão

A natureza demarcou ao animal o campo de atividade onde ele de se mover e ele percorre tranquilamente, sem procurar se afastar, sem mesmo suspeitar de uma outra. Ao homem também a divindade fixou um objetivo geral: enobrecer a humanidade e enobrecer a si mesmo. A ele procurar os meios de atingir o objetivo, a ele de escolher na sociedade o lugar mais conveniente de onde ele possa melhor se elevar e, com ele, e a sociedade.
Certo, esta escolha é um grande privilégio, pois ela não foi dada às outras criaturas; mas é ao mesmo tempo um ato que pode destruir toda sua vida, desarticular todos seus projetos, e o tornar infeliz. Avaliar seriamente esta escolha é, consequentemente e seguramente, o primeiro dever do adolescente no início de sua carreira se ele não deseja abandar ao acaso seus assuntos os mais importantes. Cada um tem diante de seus olhos um objetivo que parece grande, ao menos para si, e que o é na realidade, uma vez que é a convicção profunda, a voz mais íntima do coração que lhe diz. A divindade não deixa jamais o mortal inteiramente sem guia, ela fala com voz baixa, porém segura.
Ora, esta voz é facilmente silenciada; o que nos entusiasmou pode ser o fruto de um instante, que o instante seguinte vai talvez aniquilar. Nossa imaginação se inflama talvez, nossos sentimentos se agitam, ilusões passam a diante de nossos olhos e nós nos precipitamos em direção ao objetivo com ardor, pois a divindade, pensamos, assim designou; mas o que tínhamos apaixonadamente abraçado sobre nosso peito nos desgosta em pouco tempo, e toda a nossa existência se encontra aniquilada.
Assim, é necessário examinarmos seriamente se uma profissão nos entusiasmou realmente, se uma voz interior o aprova, ou mesmo se o entusiasmo não passa de um erro, se oque tínhamos tomado por um chamado da divindade não passou de um engano. Mas como chegar à verdade a não ser retornando às fontes de nosso entusiasmo? O grandioso resplandece, seu pequeno pedaço desperta a ambição, e a ambição pode ter provocado o entusiasmo ou que acreditamos tê-lo sido. Mas aquele que possui a fúria da ambição, a razão não poderá mais aprisioná-lo.
Não somos chamados ao estado onde podemos brilhar mais; este estado não é aquele que exerceremos talvez durante uma longa sequência de anos sem que sejamos..., sem que nosso zelo diminua, sem que nosso entusiasmo se resfrie, sem que terminemos por ver nossos desejos não preenchidos, nossas ideias, não realizadas, por detestar a divindade e amaldiçoar os homens.
Porém, nem sempre nos é possível abraçar a profissão à qual nós nos cremos chamados pois nossas relações com a sociedade, em uma certa medida, começaram antes que nós pudéssemos determiná-la. Frequentemente, nossa natureza física se opõe ameaçadora a nós... somente da calma podem sair as grandes e belas ações; é o único terreno onde chegam ao ponto os frutos que amadurecem... se nós escolhemos uma situação pela qual não temos o talento necessário, não teremos a vergonha de constatar nossa incapacidade, e nos consideraremos um ser inútil da criação, um membro da sociedade que não pode cumprir sua vocação.
A dignidade é o que melhor eleva o homem, o que confere à sua ação, a todas as suas aspirações, uma nobreza superior que o torna invulnerável e o eleva acima da massa admirativa.
A ideia mestre que deve nos guiar nas escolha de uma profissão, é o bem da humanidade e o nosso aperfeiçoamento. Seria errado crer que esses dois interesses se opõe necessariamente, que um deve fatalmente arruinar o outro [...], é somente trabalhando para o bem e a perfeição do mundo que o cerca que o homem pode atingir sua própria perfeição[...] Se ele cria somente para si mesmo ele se tornará talvez um sábio célebre, um grande sábio, um poeta distinto, mas jamais um homem completo, um homem verdadeiramente grande[...] A história chama àqueles que, agindo nos interesse comum, se enobreceram.
Logo que nós tivermos escolhido a profissão que nos permitirá melhor agir pela humanidade, será uma sacrifício atingido para o bem de todos. Então, longe da alegria pobre, medíocre do egoísmo, nossa felicidade será aquela de milhões de seres, nossos atos se perpetuarão silenciosos, mas eternos, e os homens generosos virão chorar sobre nossas cinzas.

Ao leitor, desejo que sua vida seja sempre muito bonita, cheia de alegria, que seu coração e seu pensamento ajudem na escolha nos caminhos mais certeiros, assim como a recomeçar - com brilho e força - quando for necessário!

Com carinho,
Karl Marx

domingo, 5 de agosto de 2012

Minha “Bolha” Está Prestes a Estourar!

por Skarleth Gomes


Eu aqui nesse mundinho que só eu vejo, só eu entendo, sou eu vivo nele, só eu quero ele, só eu sei como ele é importante, pois sem ele não sei se vivo, sem ele eu não consigo enteder nada, mas com ele eu vivo imagino coisas que ninguém sabe e nunca vai saber, nele faço tudo o que quero, não vejo aquela sociedade que me olha e me julga que fazem sempre a mesma coisa e supõem que eu também tenha que fazer, aquela sociedade que encontro todos os dias fazendo as mesmas coisas e querendo que eu entre nessa rotina também, um dia até tentei mas não gostei me ignoraram e não vi nada alem disso e pensei: 'será se é assim, será se fiz certo' e conclui fiz sim, eles que estão acostumados e não percebem nada, eu simplesmente desisti dessa sociedade que para me mim é estranha. Prefiro mesmo o meu mundo na minha bolha pois, aqui ninguém me humilha nem me bota para baixo, ninguém rir de mim, porque no meu mundo existe amor, paz,esperança, e essa esperança que me faz  vê eles como amigos, pessoas que me tratem bem. Mas ultimamente minha “BOLHA” vem diminuindo porque pessoas daquela sociedade estão  invadindo pois um dia me notaram e queriam se  aproximar porem, eu não quis tive me medo pois depois daquela tentativa desastrosa, só queria que eles me respeitassem mas nada, mas a sociedade queria mais, e eu não, de repente quando ia para minha bolha sempre encontrava pessoas novas porem logo iam embora porque na minha bolha só permanecem as pessoas que querem uma amizade real comigo, aquelas pessoas não possuíam nada só ao contrario, e com essas pessoas entrando,a bolha não resistia e enchia cada vez mas até que um dia entro uma pessoa que não gostava de mim mas como era curiosa entrou, e ela não viu nada de mais só falo coisas ruins e minha bolha estourou. Mas uma menina apareceu e perguntou o que aconteceu e não respondi e ela me abraçou e de repente a bolha começou a crescer de volta, fui logo contar coisas para essa menina e chamei-a para ficar comigo, mas ela disse:
- Não, vem você ficar comigo LA NA SOCIEDADE JUNTO COM TODOS. Mas eu conviver naquela sociedade não nem pensar, mas ela me surpreendeu:
- Vem você vai ficar comigo vou te ajudar no que precisa é difícil, mas não impossível você consegue, estaremos juntas para tirar todas as pedras do caminho, e eu segura por estar com ela ao mesmo tempo com medo, fui lá enfrentar essa loucura que é a sociedade. E aqui estou até hoje Ela ME AJUDANDO a viver intensamente.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tyson como você nunca viu



por Luciano Melo
*
Dias atrás, no Animal Planet, assisti a um programa sobre o convívio humano com aves. Ora, o leitor perguntará, o que há de novidade nisso? Nada, meu caro, a não ser pelo apresentador:
Mike Tyson.
Natural, diria, depois de rever o primoroso documentário Tyson, de James Toback. Em tom emocionado, Iron Mike deixa a voz embargada sumir várias vezes ao retomar sua trajetória de vida, principalmente ao falar de Cus D’Amato, seu mentor, o homem que forjou uma das duas maiores lendas da história do pugilismo. Ao lado, claro, de Mohamed Ali. Só para lembrar, Tyson não cita o trágico acidente com filha Exodus, então com apenas quatro anos, asfixiada acidentalmente com a correia de uma esteira, pois o documentário foi realizado meses antes ao fatídico episódio.
Toback faz o que nos acostumamos a ver no Ensaio, da TV Cultura. Tal qual Fernando Faro, o próprio diretor se encarrega na condução da entrevista, mas ocultando-se das lentes. Deste modo, o que temos é tão-somente o objeto do assunto - o entrevistado, fisgado em reações faciais, olhares desconexos ou agitações labiais. Mas são nos olhos o alvo da câmera reveladora de Toback: o diretor parece assumir a estratégia tysoniana intimidação ao oponente “tête-à-tête”. Em várias tomadas, durante a entrevista, diferentes ângulos do rosto do ex-boxeador dão a exata medida confessional da película: nada pode escapar ao espectador.
Em raras exceções de comoção, a voz infantilizada do campeão não para um instante. E aí se revela um Tyson escondido sob a carcaça de punhos devastadores. Diferente do que se possa imaginar, não se vitimiza em nada, como nas 38 passagens por internatos antes dos 16 anos, nas acusações (infundadas?) de estupro ou nos três anos na prisão. Apenas lamenta a falta de Cus D’Amato, o tutor. Como o próprio Tyson afirma, sua vida se divide entre antes e depois do título mundial de 1986. Para ele, a dívida com D’Amato, morto em 1985, estava paga. Bem como o período mais feliz da vida, ao seu lado. O que veio a seguir foram as consequências.
O início da carreira amadora foi meteórico. Os títulos de campeão olímpico de juniores em 81 e 82 e as medalhas de ouro nos sub-19 de 83 e 84 credenciavam Tyson como a principal estrela do boxe americano para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Mas uma “incrível” derrota para Henry Tillman o privou da chance de um ouro olímpico, o que acelerou o ingresso no profissionalismo, já no ano seguinte. Em 1987, enfrentou o mesmo Tillmann numa espécie de “revanche”, e não levou mais de trinta segundos para nocauteá-lo, ainda no primeiro assalto.
A cena relatada a seguir é cinematográfica. Em 22 de novembro de 1986, o dia do “antes e depois” na vida de Tyson, o jovem de 20 anos sofria de dores por conta de uma gonorreia contraída com prostitutas. Tremia e suava em bicas com uma febre de 34°. Mas estava no ringue, disputando o título do Conselho Mundial de Boxe, por Cus D’Amato. Até então, só por ele. E pelo homem que trespassou as cordas para cumprimentá-lo antes do combate.
Uma outra surpresa que Mike Tyson revela no documentário é seu profundo conhecimento de boxe. Enquanto morou na casa de D’Amato, assistiu diariamente a centenas de combates das décadas de 20, 30 e 40. Sabe de cor o cartel de Jack Johnson, George Dixon e Jack Dempsey. Sugou a “pegada” de Rocky Marciano, o olhar compenetrado de Jake LaMotta e a cintura de Joe Louis. Tyson pode travar uma discussão de horas entre Joe Frazer e George Foreman com uma naturalidade de um profundo especialista. Guardadas as proporções, está como Scorsese para o cinema.
Mas o homem que vinha ao seu ouvido naquele ringue era de quem sugara a personalidade: Mohamed Ali. O maior de todos. O mito. Um deus.
Como disse, a descrição é cinematográfica. Enquanto fala, as imagens mostram Ali se aproximando de Tyson, balbuciando alguma coisa. Sabemos hoje o que era: “Faça isso por mim.” Anos antes, em 1981, para saldar dívidas estratosféricas, Mohamed Ali encerrou a carreira contra o promissor Trevor Berbick, perdendo por decisão unânime dos juízes. O mesmo algoz, campeão do Conselho Mundial de Boxe, enfrentaria o prodígio do Brooklin, Mike Tyson.
E Tyson dedicou a luta para Mohamed Ali, nocauteando Berbick no 2° assalto. E tornou-se o campeão mundial dos pesos-pesados mais jovem de toda a história do boxe.
O resto da história, todos nós conhecemos.
Como esta luta, a cereja do bolo do documentário são os arquivos das lutas. Neles reparamos os punhos demolidores de Tyson – no qual ele insiste em todo o documentário: eram apenas técnica; o cruzado característico na nuca dos oponentes que desmanchava-os, derretia-os na lona; os olhos que atordoavam a presa, transformando o ringue numa jaula; ou seja, a história do boxe sintetizada em um único homem.
As imagens de arquivo são espetaculares. Lutas amadoras, pré-olímpicas, na casa e carregando o caixão de D’Amato, o início no profissionalismo, as épicas lutas contra Holyfield e Lennox Lewis e a assombrosa derrota para James Buster Douglas, no Japão. E o mesmo friozinho na barriga quando Tyson entrava no ginásio, desprovido do macacão, pronto para o combate? As músicas que ouvia nas ruas do Bronx eram escolhidas como pano de fundo para a aparição triunfal. Segundo ele, já se ganhava uma luta ali.
Ao contrário do que muitos acreditam, Tyson não era apenas um troglodita especializado em esmurrar adversários. Conhece e respeita a história de seu esporte como poucos, o que apenas comprova sua grandiosidade. Em 11 de junho de 2005, completamente fora de forma, foi nocauteado pelo inexpressivo irlandês Kevin McBride. Ainda no ringue, proferiu um dos maiores discursos da história do esporte. Vagamente, foi mais ou menos assim: ”Não posso seguir com isto. Não posso seguir me mentindo. Não vou seguir arruinando este esporte. Respeito a história do boxe e de quem a escreveu. Não posso manchá-la. Isso foi o que melhor fiz na vida e quero passar este ensinamento aos meus filhos. Só fiz a luta de hoje por dinheiro, não por paixão. E isso não se faz jamais na vida. É simplesmente meu final. Terminou-se".
*
Ah, e o Animal Planet? Quando menino, Tyson era fissurado por pombos, como é até hoje pela vida dos bípedes de penas. Chegou a cometer pequenos delitos para comprar as aves que “trazem doenças” e que vivem de migalhas ofertadas. Tal qual a vida de Mike Tyson nas ruas do Bronx. Quiçá por isso se identificava tanto com pássaros. Numa certa feita, durante uma rinha com gangues inimigas, alguém decepou a cabeça de seu pombo e jogou-a em seus pés. Com doze anos, sem nunca ter brigado com ninguém, Tyson sentiu a ira correr pelas veias do corpo e alojar-se nas mãos. Socou ferozmente o garoto que assassinara seu pombo. E conheceu a si próprio.

Professora da ETEC CT na Revista do Centro Paula Souza

A edição nº 29 (julho/agosto) da Revista do Centro Paula Souza traz como matéria de capa deste mês a reportagem "Ampliando fronteiras", que versa sobre as parcerias internacionais do Centro Paula Souza com reconhecidas instituições acadêmicas ao redor do mundo. E, como já tínhamos noticiado anteriormente (cf. http://jornalfact.blogspot.com.br/2012/03/professora-da-etec-cidade-tiradentes.html), nossa professora de Inglês, Rúbia Fuga, contemplada num concorrido concurso de professores promovido pelo CEETPS, esteve em Londres participando do intercâmbio educacional. 
Quem agradece são os alunos da ETEC Cidade Tiradentes, agraciados por terem uma profissional tão gabaritada como a profª Rúbia, com riquíssimas experiências de quem já viveu nos Estados Estados e agora conviveu social e culturalmente em solo inglês.
Parabéns, profª Rúbia!
A profª Rubia durante o intercâmbio cultural na Inglaterra (julho/2012)

A foto que ilustra matéria na Revista do Centro Paula Souza

A capa da edição #29 (julho/agosto) da Revista do Centro Paula Souza

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Uma realidade ou um mero fato social

Por Aryana Frances

Pertenço a algum grupo social, acredite todos nós pertencemos, mesmo que seja na escola, no local de trabalho, na comunidade, na igreja e principalmente na sociedade, sempre desempenharemos esse papel no meio em que vivemos.
No caso, irei relatar sobre o 'grupinho' que pertencia onde estudei há um tempo. Era um colégio particular, nas salas eram dezesseis alunos. Como toda sala de aula, existem as divisões de grupos, que podem ser por afinidade ou determinismo. Se encontrar pessoas com ideias parecidas com a sua, um grupo será formado, se isso não ocorrer ficará com outras pessoas e assim terá que realizar as atividades gostando, ou não. Esse era o meu caso, não encontrava pessoas com ideias parecidas.
Eu ficava deslocada, não tinha um grupinho, mas conversava com todos na sala, então eu recebi um convite para participar do 'melhor grupo' da sala (sempre tem um grupo que se destaca ou é tido como melhor e que todos desejam entrar para se tornarem populares e serem bem vistos), não sabia como reagir, a princípio me senti feliz, já que as salas tinham poucos alunos, tudo se resumira naquele grupo e o resto da sala, eu topei, curti essa ideia, teria a chance de mudar o que as pessoas pensavam a meu respeito.
Com esse grupo, eu saía para vários lugares, parques temáticos, pizzarias às sextas-feiras, não importava se alguém não tinha dinheiro o outro sempre cobria o que faltava, sentia que tudo estava entre amigos, essa era a parte boa, mas na escola com os trabalhos e atividades em grupo sentia que a carga maior ou total era minha, comecei a desconfiar do convite que recebera daquele grupo.
Depois de fazer essas tarefas, me perguntei realmente, o motivo daquele convite, a conclusão fora triste, mas sabia que era a verdade, estava naquele grupinho, por esses motivos: meus pais tinham dinheiro, assim para onde inventássemos sair, eu teria condições de ir, e principalmente, era eu quem fazia suas tarefas, assim eles não se ocupavam e tinham mais tempo livres e às vezes por conta das tarefas recusava os convites das saídas inesperadas.
Senti-me mal, tudo aquilo era contra os meus princípios, foi então que cai na real, isso era mais um fato cotidiano, como ocorre na sociedade, dizem-nos que todos são iguais e temos os mesmos direitos e deveres, infelizmente não é verdade, não detemos dos mesmos recursos, direitos e deveres. 
A sociedade é igual a uma cebola, ela é única, mas possui camadas, não importa onde esteja sempre haverá disparidades, entre o ensino, os recursos, os direitos, quando descascamos a cebola choramos é o que poderíamos fazer, por ser algo lamentável, mas é um fato real e frequente em no nosso dia a dia, sem nos esquecer do mau cheiro da cebola que pode ser comparado aos valores morais, que os seres não estão visando para benefício coletivo e sim individual.