Por Aryana Frances
Pertenço a algum grupo social, acredite todos nós pertencemos, mesmo que seja na escola, no local de trabalho, na comunidade, na igreja e principalmente na sociedade, sempre desempenharemos esse papel no meio em que vivemos.
No caso, irei relatar sobre o 'grupinho' que pertencia onde estudei há um tempo. Era um colégio particular, nas salas eram dezesseis alunos. Como toda sala de aula, existem as divisões de grupos, que podem ser por afinidade ou determinismo. Se encontrar pessoas com ideias parecidas com a sua, um grupo será formado, se isso não ocorrer ficará com outras pessoas e assim terá que realizar as atividades gostando, ou não. Esse era o meu caso, não encontrava pessoas com ideias parecidas.
Eu ficava deslocada, não tinha um grupinho, mas conversava com todos na sala, então eu recebi um convite para participar do 'melhor grupo' da sala (sempre tem um grupo que se destaca ou é tido como melhor e que todos desejam entrar para se tornarem populares e serem bem vistos), não sabia como reagir, a princípio me senti feliz, já que as salas tinham poucos alunos, tudo se resumira naquele grupo e o resto da sala, eu topei, curti essa ideia, teria a chance de mudar o que as pessoas pensavam a meu respeito.
Com esse grupo, eu saía para vários lugares, parques temáticos, pizzarias às sextas-feiras, não importava se alguém não tinha dinheiro o outro sempre cobria o que faltava, sentia que tudo estava entre amigos, essa era a parte boa, mas na escola com os trabalhos e atividades em grupo sentia que a carga maior ou total era minha, comecei a desconfiar do convite que recebera daquele grupo.
Depois de fazer essas tarefas, me perguntei realmente, o motivo daquele convite, a conclusão fora triste, mas sabia que era a verdade, estava naquele grupinho, por esses motivos: meus pais tinham dinheiro, assim para onde inventássemos sair, eu teria condições de ir, e principalmente, era eu quem fazia suas tarefas, assim eles não se ocupavam e tinham mais tempo livres e às vezes por conta das tarefas recusava os convites das saídas inesperadas.
Senti-me mal, tudo aquilo era contra os meus princípios, foi então que cai na real, isso era mais um fato cotidiano, como ocorre na sociedade, dizem-nos que todos são iguais e temos os mesmos direitos e deveres, infelizmente não é verdade, não detemos dos mesmos recursos, direitos e deveres.
A sociedade é igual a uma cebola, ela é única, mas possui camadas, não importa onde esteja sempre haverá disparidades, entre o ensino, os recursos, os direitos, quando descascamos a cebola choramos é o que poderíamos fazer, por ser algo lamentável, mas é um fato real e frequente em no nosso dia a dia, sem nos esquecer do mau cheiro da cebola que pode ser comparado aos valores morais, que os seres não estão visando para benefício coletivo e sim individual.
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